domingo, 24 de novembro de 2013

Recepção

Não poderia ser mais emblemática a chegada dos ciclistas Fernando Baumann e Luiz Matos a Balneário Camboriú depois de pedalar os pouco mais de 1,8 mil quilômetros que separaram a cidade catarinense de Buenos Aires, na Argentina. A dupla de ciclistas foi recepcionada por familiares e amigos ainda na BR-101. Foi emocionante. Depois, os dois pedalaram um trecho da Avenida Atlântica, de onde saíram em direção a Ciclo Sports, na Quarta Avenida.

As boas vindas tiveram direito a espumante e brindes variados. Luiz Matos, que pela primeira vez realizou um desafio deste nível, era a imagem da superação. Ainda na BR-101, ele foi às lagrimas. Fernando também deixou a emoção tomar conta. Na realidade, não tem como definir em palavras o sentimento dos dois, mas  mostra que, se houver determinação e força de vontade, é possível. Não importa a idade.















Pit Stop

São 13h35 minutos na bela capital catarinense, Florianópolis.  Nesse momento, Fernando e Luiz estão repondo as energias para pedalar mais alguns quilômetros até chegar a Balneário Camboriú. Estamos cada vez mais perto de casa.


Os pneus novamente

Os pneus furados têm se tornado quase que uma constante no desafio Buenos Aires/Balneário Camboriú para Fernando Baumann. No total, já foram oito pneus, dois na manhã deste domingo. Enquanto arrumava o pneu, Fernando teve a companhia do argentino Domingos Ponetto, 67 anos, um cidadão do mundo que resolveu sair pedalando depois da crise econômica no país vizinho. Natural da província de Corrientes, ele percorre o Brasil sob duas rodas, mas agora pensa em voltar ao seu país para se aposentar.

Cada vez mais próximo de casa, Fernando Baumann e Luiz Matos deixam a emoção transparecer. Difícil descrever este momento, mas o que dá para se dizer é que só quem participa de um desafio deste nível pode traduzir com exatidão esse sentimento de voltar para a casa. 



República Juliana


O dia  amanheceu com o céu entre nuvens em Laguna, sul de Santa Catraina, de onde Fernando Baumann e Luiz Matos partiram para os últimos quilômetros do desafio de percorrer os pouco mais de 1,8 quilômetros que separam Buenos Aires, na Argentina, de Balneário Camboriú (SC). Agora falta pouco. Os dois já percorreram  1.682 quilômetros, conforme mostra o registro do odômetro da bicicleta da dupla.
 
Depois de uma pausa merecida em Laguna, onde chegaram por volta das 2h da madrugada deste domingo, Luiz e Fernando partiram em direção a Balneário Camboriú. Pode-se dizer que, apesar do esforço dos últimos dias, os dois estão bem. Claro que tem desgaste natural dos músculo, mas aparentemente estão menos cansados do que se pode imaginar.


sábado, 23 de novembro de 2013

Sul catarinense




Pijaminha verde oliva

Luiz Matos, parceiro de Fernando Baumann no desafio de percorrer os poucos mais de 1,8 mil quilômetros que separam Buenos Aires de Balneário Camboriú pedalando, depois de mais uma semana de convívio tem  mostrado algumas peculiaridades. Passa perfume para começar a pedalar e um pijaminha verde oliva para dormir são alguns exemplos. Não interessa se ele dorme em um hotel ou no carro. É falar em dormir  para que Luiz apareça com aquele pijaminha verde oliva. No carro, já que a estrutura não permite, usa só a parte de cima.  Mas o pijaminha não pode faltar!

Osório fica para trás

Os ciclistas Fernando Baumann e Luiz Matos começaram a pedalar pela manhã na BR-101 em direção a  Balneário Camboriú sabendo que apenas 431 quilômetros os separam de casa. Do desafio, que começou na Avenida 9 de Julho, no coração de Buenos Aires, foram percorridos até o momento 1.437 quilômetros. Ontem foram 271 quilômetros, distância que obrigou a dupla a pedalar até cerca de 2 horas da madrugada, quando foram descansar já em Osório, no Rio Grande do Sul. Nessa manhã, no entanto, os dois começaram a pedalar tendo mais uma vez o vento como companhia. Em terras gaúchas, não teve um dia que Fernando e Luiz não pegaram vento pela frente ou pelo lado.



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O Rio Grande começa a ficar para trás

Atravessar a ponte do Guaiba foi uma das tarefas mais complicadas para os ciclistas Fernando Baumann e Luiz Mattos, no desafio de chegar a Balneário Camboriú depois de sair de Buenos Aires de bicicleta. O emaranhado de saídas, aliado a falta de acostamento e o volume de carros na hora do pique, obrigaram Luiz a descer da bicicleta e empurrar a "magrela". O alento para o sufoco da ponte foi a qualidade do acostamento da  Freeway. “Depois de todo o tipo de terreno que enfrentamos, pedalar aqui é um passeio”, disse Luiz. Os dois chegaram a Osório na madrugada de sábado, de onde partem em direção a Santa Catarina, cada vez mais próximos de concluírem o desafio.

Duas pelotas

Na estrada pedalando, nem sempre o organismo dos ciclistas mantém a rotina do dia a dia. Com Fernando e Luiz,  ir ao banheiro para fazer o "item dois" virou motivo de piada. A tarefa ganhou o apelido de "duas pelotas". Dá para acreditar?? Depois de vários dias pedalando, qualquer coisa vira motivo para piada. Ainda bem!!


Quando o apoio dormiu no ponto

Hoje foi dia do apoio dormir no ponto. Depois da última parada, resolvi (Adão) me posicionar alguns quilômetros a frente para descansar um pouco. Encostei o carro em uma sombra, deitei o banco e fui dormir um pouco. Como não me viram, Luiz e Fernando mantiveram o ritmo rumo a Porto Alegre. Com o passar do tempo, comecei a ficar preocupado que a dupla não aparecia. 

Resolvi voltar um trecho da  BR-290, cheguei a avistar duas bicicletas num posto de gasolina, mas não eram os dois. Onde estariam?? Foi quando tocou o telefone. Era o Luiz querendo saber onde eu estava. Resultado, eu estava pelo menos 20 quilômetros atrás dos dois. Desfeita a confusão, Fernando e Luiz seguiram rumo a  Freeway.  Até as 19h, os dois já tinham pedalado 1.320 quilômetros, contados a partir de domingo quando deixaram Buenos Aires, na Argentina.


Esperando a Praiana



Higiene + Hipoglós

Qual é função da pomada Hipoglós?? Evitar as famosas assaduras,  principalmente nas crianças, mas que também ajuda os ciclistas. Mas parece que Luiz Matos acha que ela tem outra função: manter os dentes brancos e saudáveis. Hoje, ao levantar, Luiz pegou a escova, passou a mão no Hipoglós, e estava pronto para higienizar os dentes, quando se deu por conta da trapalhada. Há quem diga que a ideia era testar a capacidade da pomadinha milagrosa para antecipar a formação das assaduras.  


A caminho de Porto Alegre




Fernando Baumann e Luiz Matos começaram a pedalar na manhã desta sexta-feira em Cachoeira do Sul, distante cerca de 170 quilômetros de Porto Alegre (RS). Desde que deixaram Buenos Aires, a dupla de ciclistas de Balneário Camboriú já pedalou 1.168 quilômetros. Ontem foram 226 quilômetros, um pouco abaixo da média diária que vinham fazendo, atrapalhados principalmente pelo vento forte. Em alguns momentos, as rajadas de vento eram tão fortes que parecia que a dupla não ia conseguir permanecer sobre a bicicleta.

O vento só deu uma trégua nos 47 quilômetros que antecederam o ponto de parada, o posto e paradouro Papagaio, na entrada de Cachoeira do Sul. Foi chegar no carro, acomodar as bicicletas e esticar o esqueleto (se é que dá para esticar o esqueleto em um carro), para algumas horas depois voltar para estrada firmes no propósito de vencer o desafio de percorrer os pouco mais de 1.800 quilômetros que separam a capital argentina da cidade litorânea de Balneário Camboriú.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Tarde de vento forte

O vento resolveu mostrar a sua face na tarde desta quinta-feira nas coxilhas gaúchas. Ao mesmo tempo que balança as plantas de um lado para o outro, vai minando o fôlego dos ciclistas Fernando Baumann e Luiz Mattos no sobe e desce das lombadas da BR-290. Apesar das dificuldades impostas pelo vento, aos poucos, os dois vão se aproximando de Porto Alegre para ficar cada vez mais próximo do objetivo de completar o desafio Buenos Aires/Balneário Camboriú.


Grata surpresa

A passagem por Uruguaiana (RS) brindou a dupla de ciclistas de Balneário Camboriú com a grata surpresa de rever Claiton Régis de Souza, amigo de Luiz. O gaúcho, que voltou para o Rio Grande do Sul, já morou em Balneário Camboriú, onde pedalou ao lado de Luiz Matos e outros tantos amigos. Desta vez, o encontro não foi de bicicleta, mas foi imensamente gratificante para os dois ciclistas encontrar um amigo e um apaixonado pela "magrela". Só não deu para comer aquele suculento churrasco, mas certamente não vai faltar oportunidade.


Três pneus furados em menos de 30 quilômetros

Fernando Baumann começou a manhã desta quinta-feira tendo que administrar o tempo entre pedalar e trocar pneus, que insistiam e furar sempre com a mesma característica: começavam a esvaziar aos poucos, lentamente.  Depois de tanto arrumar os pneus do colega de desafio, Luiz Matos identificou que a interna, usada para proteger os pneus, tinha criado uma espécie de sulco, o que estaria provocando tantos furos. 

A solução então era utilizar a proteção do pneu da bicicleta que estava no carro de apoio, que havia ficado para trás, aguardando carregar as baterias dos faroletes. Até aí tudo bem, não fosse o fato dos ciclistas terem saído sem o número do meu telefone (Adão). Foi preciso ligar para o Álvaro Zambom dos Santos, em Balneário Camboriú,  para só então eles conseguirem me chamar. Quando, o telefone tocou, no entanto, eu já estava há dois quilômetros do local onde Fernando e Luiz aguardavam o socorro. Em tempo: o telefone do Fernando estava sem bateria, pois o carregador resolveu dar o último suspiro durante a viagem. Foi o quinto pneu furado da dupla desde que deixaram Buenos Aires, na Argentina. Quatro do Fernando e um do Luiz.



960 quilômetros

O desafio Buenos Aires/Balneário Camboriú que Fernando Baumann e Luiz Matos vêm fazendo de bicicleta desde a manhã de domingo, quando partiram da Avenida 9 de Julho, na capital argentina, atingiu ontem, por volta da meia-noite, 960 quilômetros. Desde que os dois entraram no Brasil, a maior dificuldade enfrentada tem sido as condições dos acostamento. Embora a pista de rolamento esteja em boas condições na BR-290, praticamente não existe acostamento ou ele é feito com um material de baixa qualidade, que fica soltando umas pedrinhas, bem diferente dos locais onde existia acostamento na Argentina.

Com isso, Fernando e Luiz têm que pedalar sobre a faixa branca, às margens da rodovia por onde passam centenas de caminhões, principalmente cegonhas carregadas de veículos em direção a fronteira. Esse fato exige mais atenção dos ciclista, já que a rodovia é de pista simples. No caminho, a paisagem compensa o esforço dos ciclistas de Balneário Camboriú.







Susto

Foi grande o susto. Na descida de Alegrete para São Rosário do Sul, depois de pedalar 240 quilômetros, Fernando e Luiz levaram o maior susto da vigem até aqui. Com a noite escura, visibilidade baixa, alguns gaiatos se aproveitaram para testar o coração da dupla de ciclistas. Eles saíram do meio do mato, foram em direção a pista e gritaram "buuuuu" por duas vezes. Na primeira, pregaram a peça no Luiz, que pedalava a frente. Em seguida, repetiram a traquinagem com o Fernando. Difícil dimensionar o tamanho do susto, mas com certeza foi muito grande.

Já recomposta, a dupla partiu na manhã de hoje de Rosário do Sul em direção a São Gabriel, no Sul do Rio Grande do Sul. De São Gabriel a  Porto Alegre, são mais de 300 quilômetros sem cidades.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Contramão




Uma das primeiras recomendações para quem vai andar de bicicleta em rodovias é NÃO andar na contramão, recomendação que Luiz e Fernando conhecem bem e devem ter perdido a conta do número de vezes que já passaram adiante essa recomendação. O que eles não contavam é que, para conseguir andar com segurança na tarde de ontem, eles precisariam fazer exatamente o que condenam: andar na contramão. Como, no lado direito da rodovia, no sentido Argentina/Brasil o acostamento (calzada) não existe, os dois tiveram que atravessar as quatro pistas para andar do outro lado.


Imagens







Brinde da natureza



Típica da América do Sul, mas cada vez mais ameaçada de extinção, a Ema – maior ave do Brasil – aproveitou a manhã de ontem para se mostrar aos viajantes nos campos de Alegrete (RS).  Alheia ao movimento da estrada, pastava tranquilamente em meio à vegetação de uma coxilha.


O dia que botamos a polícia argentina para trabalhar



Faltando pouco mais de 30 quilômetros para chegar ao Brasil, estacionei (Adão Pinheiro) o carro no acostamento para aguardar Fernando e Luiz. Como a noite engoliu o dia, resolvi ligar o alerta, pois estava no meio do nada. A bateria do carro não agüentou e acabei ficando sem ter muito o que fazer. Como a trapalhada já estava armada, a solução era aguardar a chegada os ciclistas, para pensar em uma solução.  Acontece que os motoristas que passavam na pista resolveram avisar a polícia que tinha um carro parado às margens da rodovia.

Não demorou muito para aparecer três policias argentinos querendo saber o que tinha acontecido. Os três chegaram ao momento em que Luiz e Fernando também apareceram. Extremamente educados, os policiais foram logo querendo ajudar a empurrar o carro. A mãozinha na hora certa foi fundamental para voltar à estrada, rumo à fronteira.

Aparentemente, apesar de todo o ranço entre Brasil e Argentina, principalmente quando o assunto é futebol, para a polícia rodoviária daquele país as discórdias ficam nas quatro linhas do gramado. Eles já tinham atendido cordialmente quando fui parado em uma barreira. Demorei a encontrar a tal carta verde no meio da documentação do carro, mas em momento algum o policial demonstrou qualquer tipo de descontentamento.


Mais perto de casa


Era meia-noite no horário do Brasil – na Argentina não tem horário de verão – quando Fernando Baumann e Luiz Matos cruzaram a fronteira brasileira. Os dois começaram na manhã desta quarta-feira a pedalar em direção a Porto Alegre, cada vez mais perto de casa. Luiz, que saiu de Balneário Camboriú dizendo que pretendia fazer alguns trechos, tem pedalado direto ao lado do amigo, demonstrando muito fôlego. 

O mais difícil foi driblar os pernilongos na noite desta quarta-feira, no posto onde a dupla realizou o pit-stop. Era tanto mosquito que, para dormir, foi preciso ligar o carro e colocar o ar-condicionado em 23 graus. Mesmo assim, teve mosquito que não se importou com as baixas temperaturas. Sorte que ninguém vai precisar fazer transfusão de sangue.


Exótico

 Fernando Baumann virou atração na noite de segunda-feira em Concordia. Como no hotel não aceitavam cartão de crédito ou débido e os cobres que tínhamos ao eram suficientes – estamos administrando o dinheiro para não levar o desvalorizado peso argentino para o Brasil – precisamos ir ao centro da cidade para procurar um banco e sacar alguns pesos. Como Fernando estava vestindo a roupa que usa para pedalar, colete refletivo, sapatilha  dá para imaginar a cena. As crianças chegavam a abrir a janela do carro para ver o que estava acontecendo. Isso que ele caminhou apenas duas quadras pelas ruas da cidade até encontrar.
Elas abriam a janela e apontavam, provavelmente perguntando para o pai/mãe o quem era aquela figura que estava passeando nas ruas da cidade.  Foi o que bastou para darmos muitas gargalhadas.